Há muitos conhecimentos a respeito da Vida Maior que nos demandam tranquilidade em suas interpretações. Principalmente aqueles conhecimentos sobre escrituras que relatam momentos fantásticos na história, como quando Moisés conduziu o povo de Israel para fora do Egito e atravessou o Mar Vermelho, que se abrira em dois pela ação do Alto. Muitos ainda se perguntam, hoje, sobre a veracidade desse acontecimento: será que o mar se dividira realmente? Ou será essa uma estória criada ou alterada de algum modo para ensinar sobre o poder de Deus?
A tranquilidade de interpretação a que chamamos a atenção aqui refere-se aos entendimentos internos que cada um de nós pode desenvolver a partir desses conhecimentos. Muitos estudiosos e interessados têm investido bastante tempo para decifrar este possível acontecimento e muitas outras narrativas fabulosas contadas ao longo do tempo. Contudo, situações como a do Mar Vermelho continuam ainda como um mito, sem comprovações ou denegações definitivas. Tal dilema, porém, não precisa desmerecer a utilidade da narrativa. E, quer a travessia do Mar Vermelho pelos Israelitas tenha ocorrido ou não, quer nos exatos termos contados ou não, ainda assim é possível acolher a mensagem do relato e vivenciá-la na experiência pessoal.
Com quantos Mares Vermelhos não nos deparamos em nossas trajetórias? Quantas as situações que nos colocam diante de coisas novas e que exigem coragem para prosseguir, mesmo que adiante pareça haver um mar intransponível? São nesses momentos particulares da vida que cada um de nós pode experimentar o poder do Alto em abrir caminhos, em conduzir para terras prometidas e libertar de terras escravizadoras. Diante de tais experiências, o mito do Mar Vermelho é uma mensagem de incentivo e fé para seguir adiante. E é este o principal significado deste conhecimento. Afinal, de que adiantaria comprovar ou não a fantástica ação de Deus naquelas água se não formos capazes de aprender com ela a transpor dia a dia os desafios de nossas histórias?